
Dentro do carro, na estrada, eu vi carros, pessoas, motos, caminhões, árvores, prédios, casas, barracos, favelas. Para quem sai da rotina de um lugar pacato e se vê dentro da selva de concreto, fica espantado com a quantidade de coisas e vidas em movimento, tudo é muito rápido, entre prédios e coisas, haviam três pessoas, duas moças e uma criança, sentadas na calçada, na frente do portão, olhando suas roupas, penduradas num tipo de varal improvisado que ficava do lado de fora da casa/barraco. Quando olhei para cima vi um outdoor com um anuncio de uma grife, a esquerda do outdoor, haviam prédios, bonitos, aparentemente novos, de cor bege e faixas verdes, mas quando retornava o olha para baixo, só havia casas/barracos, sem portão, com varal para pendurar roupa do lado de fora. Pensei comigo mesma, “Caramba, eu tenho muita sorte mesmo, graças a deus não moro nesse lugar horrível”, vendo aquela paisagem nada confortável, aumenta em mim o sentimento de mudança. Entre os carros, eu vi pessoas vendendo carregadores, água, refrigerantes, para os carros parados no semáforo, pessoas de idade que ficam ali, faça chuva ou faça sol e ao mesmo tempo, quando estava parada ali, procurava a minha volta, motos, e toda vez que uma parava ao lado do carro, eu ficava nervosa, os vidros do carro estavam fechados, mas é tão comum vermos notícias ruins na TV, que quando estamos vendo ao vivo e a cores, o medo e a incerteza, toma conta do corpo e da mente. De repente, vem a chuva e como também vemos na TV, o medo de uma enchente também começou a aparecer. Depois de sair de São Paulo, a estrada é quase vazia, tudo que se vê é, chão, árvores e céu azul. Passou seis horas desde então, e finalmente chegando em casa, ouvi grilos, vi pássaros, senti o cheiro da mata e do mar. Como é bom estar em casa pois, “NÃO HÁ LUGAR, COMO NOSSO LAR”.
Diário de bordo. 21/12/2010
Diário de bordo. 21/12/2010
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